Romantismo


Inicialmente apenas uma atitude, um estado de espírito (de inconformismo), o Romantismo toma mais tarde a forma de um movimento e o espírito romântico passa a designar toda uma visão de mundo centrada no indivíduo.

À necessidade de seguir modelos clássicos, únicos, feitos de geometria e razão - universais, portanto -, opõe-se o direito de multiplicar os modelos segundo o clima e a época; de preferir o típico ao arquetípico, o pitoresco ao linear.

O culto do diferente explica a literatura confessional, em que o eu liricamente se exibe na singularidade dos sentimentos e da imaginação, como explica ainda o nacionalismo estético, a valorização do que distingue uma cultura regional de todas as outras, logo o apreço do tradicional e do popular. Algumas vezes aflora, segundo a ideia de Rousseau, a ideia da bondade natural do indivíduo, pervertido e constrangido pela sociedade; mas a nota dominante é a do espiritualismo cristão, metafísica do pecado, da penitência e do resgate, de mistura com o fatalismo radicado na mente popular e na literatura.

 Na temática da poesia e da ficção, a par do amor platónico, aspiração à mulher-anjo, abundam os sentimentos fortes, carregados - ciúme, vingança, desespero -, a exigirem o estilo exclamativo, frenético. Aliás, não faltam os contemplativos, os plangitivos, que procuram no seio da natureza os prazeres da melancolia e os pressentimentos dum além-mundo.  Começa-se a relacionar o Homem com o meio a que pertence, a época de que é produto.

O termo romântico refere-se ao movimento estético ou, em um sentido mais lato, à tendência idealista ou poética de alguém que carece de sentido objetivo.

O Romantismo é a arte do sonho e fantasia. Valoriza as forças criativas do indivíduo e da imaginação popular. Opõe-se à arte equilibrada dos clássicos e baseia-se na inspiração fugaz dos momentos fortes da vida subjetiva: na fé, no sonho, na paixão, na intuição, na saudade, no sentimento da natureza e na força das lendas nacionais.

Os autores românticos voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando o drama humano, amores trágicos, ideais utópicos e desejos de escapismo.

Se o século XVIII foi marcado pela objetividade, pelo Iluminismo e pela razão, o início do século XIX seria marcado pelo lirismo, pela subjetividade, pela emoção e pelo eu.

  


O Romantismo está ligado a dois acontecimentos:

ü  a Revolução Industrial

                    - gerou novos investimentos que buscavam solucionar os problemas técnicos decorrentes do aumento de produção.

                     - a consequência mais evidente foi a divisão do trabalho e o início da especialização da mão-de-obra.

 

ü  a Revolução Francesa

       - época de rápidas e profundas mudanças no mundo europeu.

       -responsável pela formação da sociedade burguesa.

 

O Romantismo é uma corrente artística e filosófica, um modo de vida, uma maneira de sentir e de pensar. 

   Movimento cultural que exalta o instinto e privilegia as emoções contra a razão.

  Apresenta uma visão de mundo centrada no indivíduo.

   Surge, em parte, como reação ao racionalismo Neoclássico.

   Se o século XVIII é marcado pela objetividade, pelo Iluminismo e pela razão, o início do século XIX é marcado pelo lirismo, pela subjetividade, pela emoção e pelo eu.

 

Influência de Rousseau

Rousseau não construiu um sistema filosófico, mas apresentou contribuições originais não somente à filosofia, mas também à pedagogia e à teoria política, influenciando movimentos políticos e intelectuais europeus como a Revolução Francesa e o Romantismo.

É muito comum agirmos de maneira polida e educada mesmo quando, na verdade, queremos prejudicar, manipular ou levar vantagem sobre os outros. Para Rousseau, certas normas sociais estabelecidas nos grandes centros urbanos afastaram, desta forma, o homem de sua verdadeira natureza. O caminho para este conhecimento primordial, segundo ele, é o sentimento, não a razão e o progresso científico.

Byronismo (mal do século) - Na ânsia de plenitude impossível, o artista sentia-se desajustado e insatisfeito, além de decepcionado, devido à falência da utopia revolucionária: liberdade, igualdade, fraternidade.

Assim, o romântico passou a ver o homem da época como um ser fragmentado, peça da engrenagem social, sem individualidade ou liberdade. Os desajustes e as insatisfações conduziram ao mal do século, definido como a aflição e a dor dos descontentes com o mundo. Era a influência do modo de vida byroniano do poeta inglês Lord George Byron, protótipo do herói romântico, sombrio, elegante e desajustado

 

O projeto literário do Romantismo

  Criar uma intimidade estética para o burguês;

  Valorização do indivíduo e toda sua complexidade emocional;

  Perfis de heróis que precisam amar, sofrer, agir, superando obstáculos de toda natureza para se qualificarem como exemplares;

  Os sentimentos puros e verdadeiros transformam os indivíduos e lhe dão condições para enfrentar a hipocrisia da sociedade;

  Amor à pátria e símbolos nacionais são exaltados como símbolos de beleza e bondade.

  Desaparecimento dos mecenas e profissionalização dos artistas;

  Divulgar os valores burgueses e entreter os leitores;

  Publicação em grandes veículos de comunicação.

 

Características

  Democratização da cultura.

  Imaginação criadora.

  Nacionalismo.

  Culto do Eu (individualismo egocêntrico).

  Sentimentalismo.

  Exagero e a busca pelo exótico e pelo inóspito de outro.

  Fuga à realidade e o escapismo.

  Pessimismo e um certo gosto pelo lúgubre.

  Supervalorização do Amor.

  Idealização do mundo e da mulher.

  Rebeldia face às normas estabelecidas.

  Defesa do passado (Idade Média).

  Culto da liberdade.

  Ataque às crenças religiosas e ao poder absoluto.

  Culto da Natureza (locus horrendus).

  Defesa da teoria de Rousseau…

  Glorificação dos tipos sociais marginais: o pirata, o bandido…

  O EU é tudo, aspira ao Absoluto e procura transcender a sua condição humana (influência do idealismo alemão).

  O Homem é descrito na sua dimensão individual, egocêntrica, sem preocupações morais.