segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Ser Poeta...

      Por vezes, pergunto-me: “O que é realmente ser poeta?” Será que é ser mais alto, como Florbela Espanca diz, ou é ser um fingidor, como Fernando Pessoa escreveu? De certa maneira, os poetas são isso tudo e mais… 
    Ser poeta é ver mais do que os outros, é olhar para o vazio e ver tudo. É sofrer sem sofrer, é fingir dores que se distanciam da dor que realmente sente. É ser aventureiro e voar até ao desconhecido, é ter dentro de si um fervilhar de emoções.
    São mais sensíveis às coisas simples que nos rodeiam, são solitários que têm a companhia, por vezes, do seu dom. São “seres” capazes de escrever nas muralhas do tempo permitindo a perenidade dos seus pensamentos, que cantam o seu canto para serem notados…
    Cheguei à conclusão de que ser poeta é ser uma mistura, é ser ator, é ser sonhador, é ser uma eterna criança, é ser cantor dos seus próprios cantos, mas no fundo é ser Homem. Basicamente, ser poeta é ser Homem, mas um Homem com um maior coração, que sente com maior intensidade, um Homem melhorado.
Inês Duarte, 10ºA
 
 
     Basta ser. Basta seres tu próprio. Apenas precisas de ½ colher de coragem, 1 colher de sopa de intenção e acrescentar sentimentos à medida.
    No “bolo” da poesia cada poeta cria e escolhe o recheio como bem entender. Só há uma diferença: Pode escolher não fazer o “bolo” para o oferecer ao mundo, podendo até ficar como ele só para si ou então partilhar e dividi-lo. Cada “bolo” é o conjunto de sensações do poeta, logo para este será sempre um bolo perfeito, à sua medida. Para os outros, poderá saber melhor ou pior, mas nunca chegam a ter a noção da dimensão que o poema que saboreiam têm para o seu pasteleiro. Pode ser saboreado de várias maneiras: devagar e com calma (como quem procura a paz) ou com rapidez e fúria (como quem não procura a paz mas sim ele mesmo).
     Podes perguntar a ti próprio se a “cozinha” será mesmo o teu forte, mas fica a saber que ser poeta é mais do que isso. Um poeta também é um “carteiro.
    Um carteiro diferente dos outros é claro. Um carteiro diferente do habitual que te escreve as cartas que te entrega como se tu tivesses algum interesse em saber da vida deste. Mas, na verdade, continuas a aceitar e a ler essas mesmas cartas. Às vezes, talvez por engano, estas não te dizem nada e tu simplesmente deixas de lado: -Deve ser maluco! – dizes tu. Só te esqueces é de uma coisa: na maioria das vezes, as cartas não só falam da vida do “carteiro” como também consegues identificar-te nelas.
    Ficas espantado e não queres acreditar. Como será possível que um estranho te conheça tão bem? Talvez não passe de um truque barato de artista de rua. Um ilusionista.
    Tornas-te num espectador da sua magia e por mais que te seja difícil acreditar não te vais embora e ficas para assistir mais, na esperança de tentar desvendar o segredo que ele utiliza para “entrar” na tua cabeça e expor a tua mente em palavras que diz serem dele. Ser poeta é ser ladrão de emoções. Talvez as roube porque alguém já tratou de as roubar a ele também e apesar disso o poeta também está sempre a dar parte de si.
    Tal como um confidente ou até psicólogo, alguém que te percebe e que parece sentir o mundo, em parte, como tu.
    Tal como tu, o poeta é humano! Tu e o poeta têm mais em comum que nem consegues perceber a dimensão da vossa ligação.
     É difícil perceber como é que dois desconhecidos se podem conhecer e dar tão bem! Nem nenhum de vós se conhece a si próprio e mesmo assim tentam ajudar-se a conseguirem entenderem-se. O poeta é como tu e tu és como o poeta!
     Se o poeta é um humano, tu tens a sua capacidade de perceber e escrever aquilo que sentes.  Tal como o poeta, tu também o podes ser!
Pedro Simão, 10ºA
 
 
 
 
     Na minha opinião ser poeta é não ser normal, é ser diferente no lado positivo e negativo simultaneamente.
    Um poeta é diferente no lado positivo, pois tem uma capacidade de juntar palavras de uma forma única. Na minha opinião, há boas frases que são ditas por poetas, mas uma frase não deixa de não ser um conjunto de palavras que usamos no nosso dia-a-dia, mas reordenadas “poeticamente”. Na minha opinião, um poeta é essa pessoa. É uma pessoa que consegue encontrar as palavras certas para descrever numa determinada frase um determinado momento. É esse o sentido positivo de ser poeta.
    Quando digo que um poeta é ser diferente negativamente é porque acho que (na maior parte das vezes) um poeta é uma pessoa que sofre (não só por amor, mas em outros sentidos). Posso estar errado relativamente à minha opinião, mas esse é o meu ponto de vista.
    Eu costumo comparar um poeta com um filósofo. Quando se diz que um filósofo “é triste, porque encontra mais perguntas do que respostas”, eu não diria que um poeta é triste/sofre por essa razão mas penso que os filósofos são autênticos poetas.
    Nesta situação, quando digo que ser poeta é ser diferente, a “positividade” do “ser” é mais recompensador do que o sentido negativo da palavra.
    Na minha opinião, todo o poeta tem uma musa, ou a sua fonte de inspiração. Quando eu digo que ser poeta é ser especial, é porque (normalmente) de acordo com essa musa, os poemas fluem e quase se escrevem sozinhos. Acho que uma pessoa dita “normal” não conseguiria fazer um poema digno desse nome, pois um poema feito “à pressão” não é um poema, pois para ter esse nome, tem que “sair” naturalmente de uma pessoa, digna de ser chamada de poeta.
 João Pedro Monteiro - 10ºA